Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade. Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé.
A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil.
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero.
Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Uma outra forma de impedimento aos burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas.
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa.
A difusão do iluminismo acabou abrindo portas para novas interpretações da economia e do governo. A fisiocracia defendia que as produções das riquezas dependiam fundamentalmente da terra. As demais atividades econômicas era apenas um simples desdobramento da riqueza produzida em terra. Além disso, a economia não poderia sofrer a intervenção do Estado, pois teria formas naturais de se organizar e equilibrar.
Ao mesmo tempo, o iluminismo influenciou as monarquias nacionais que viam com bons olhos os princípios racionalistas defendidos pelo iluminismo. Essa adoção dos princípios iluministas por parte de algumas monarquias empreendeu uma modernização do aparelho administrativo com o objetivo de atender os interesses dos nobres e da burguesia nacional.
Principais filósofos iluministas
Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo; Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa; Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a idéia de um estado democrático que garanta igualdade para todos; Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
Abaixo umas perguntinhas para testar sua compreensão.
1 – Explique por que o absolutismo aumenta o poder do Rei.
2 – Como o absolutismo serviu para reunir a fragmentação do Feudalismo para para a formação das nações europeias?
3 – Quais os dois casos clássicos de Absolutismo e seus principais líderes?
4 – Por que o iluminismo combatia o pensamento religioso?
5 – De que maneira o iluminismo combatia a sociedade atual?
6 – Por que o iluminismo era vantajoso aos Burgueses, que benefícios esse pensamento trouxe à eles?
No século XVIII, um grupo de intelectuais, os iluministas, se organizou a fim de lutar por liberdade econômica e intelectual, e para pôr fim ao Antigo Regime que vigorava na Europa. Ao longo do século XVI, a classe burguesa se desenvolveu, em consequência do desenvolvimento do comércio e das explorações das colônias. Mas a intromissão estatal cerceava a liberdade econômica, gerando um acúmulo de riquezas nas mãos do Estado e a exploração do trabalhador. Os iluministas se opunham ao absolutismo monárquico, ao mercantilismo e ao poder da Igreja, que defendia a fé em detrimento da razão.
O Iluminismo, ou “Século das Luzes”, teve seu apogeu no século XVIII, mas as teorias que lhe inspiraram surgiram no século anterior, nas reflexões de intelectuais, entre eles, Descartes. René Descartes (1596 – 1650) acreditava que para se chegar a uma verdade, todas as teorias deveriam ser questionadas. Racionalista, Descartes, considerado o fundador da filosofia moderna, afirmava que para se chegar à verdade era preciso, primeiramente, partir de axiomas (verdades inquestionáveis), para depois se chegar ao objetivo, através da dedução matemática.
Outro pensador iluminista que se destacou foi o inglês John Locke (1632 – 1704). Considerado o pai do liberalismo político, Locke defendia que o homem nasce com certos direitos naturais, como a vida, a liberdade, a propriedade privada e a resistência contra governos ditatoriais. Discordou de Descartes quanto à doutrina das ideias inatas: para Locke, as ideias são oriundas das sensações e da própria mente. Descartes defendia que o homem vem ao mundo sem nenhuma ideia preconcebida.
A maior contribuição iluminista, a enciclopédia, partiu de dois pensadores: Denis Diderot (1713 – 1784) e Jean D’Alembert (1717 – 1783). Resumiram os principais conhecimentos da época, oriundos do pensamento de vários autores, e organizaram uma publicação em 33 volumes. Esta obra exerceu grande influência sobre o pensamento político da Europa e, mais tarde, no mundo todo.
O ESTADO ABSOLUTISTA
O QUE FOI O ESTADO ABSOLUTISTA?
No continente europeu surgiu a partir do século XI, no período da Baixa Idade Média, pela aliança entre reis e burgueses e a necessidade socioeconômico e política da época. Uma espécie de centralização do poder. Começou na idade média e tomou forma na idade moderna.
Para uma definição mais exata pode-se classificar o absolutismo como uma forma de governo autoritário, que está nas mãos de uma pessoa ou um grupo social. Estes tem o poder absoluto sobre o estado. Com essa idéia em mente não é de admirar os abusos que foram cometidos pelos governantes.
O absolutismo seria a expressão política do mercantilismo.
Para tudo isso acontecer, foi necessário a ajuda dos pensadores dos que idealizaram essa forma de governo.
TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO
As mudanças culturais através do Renascimento, na sociedade, ajudaram a reestruturar a visão política da Europa. Sem a interferência da igreja, muitas teorias surgiram para justificar o estado absolutista.
A idade moderna rompeu com muitas idéias medievais. Veja agora alguns teóricos de destaque:
Nicolau Maquiavel (1469-1527)
Foi membro do governo dos Médices, de Florença. Em suas obras ele expressa sua indignação por ver a Itália devastada pela divisão em repúblicas rivais. A solução seria a união nacional por um interesse comum.
No século XVI, publicou o texto O Príncipe, dedicado ao príncipe Lourenço de Médicis. Nesta obra ele comenta sobre as artes de conquistar e manter o poder. Foi publicado em 1513. algumas de suas recomendações eram que para governar é preciso a astúcia, sutileza e um bom exército. Por citar Moisés , um personagem bíblico, ele insinuou a ligação de Deus com a posição dos reis. Com se os reis fossem representantes de Deus aqui na terra.
Para Maquiavel, a necessidade de ter um estado forte justifica qualquer atitude.
Thomas Hobbes(1588-1619)
Este foi o teórico que melhor definiu a ideologia absolutista. Sua obra foi o livro Leviatã, onde mostra sua idéia de um estado poderoso e dominante. Este é necessário para manter a ordem do governo, sem ela os homens viveriam em constantes guerras. Como se o monarca fosse o protetor da lei e da ordem.
Para Hobbes, o estado absoluto surgiu em função do avanço da sociedade. Que antes era primitiva, sem leis, cada um por si. Mas depois que a razão e a autoconservação entram na sociedade,surgiu a necessidade da união para a criação de um estado forte. Neste estado há uma espécie de contrato ou acordo, onde cada cidadão concederia seus direitos à um soberano.
Para Hobbes, a autoridade do estado tem de ser absoluta para proteger os cidadãos da violência e do caos. O soberano pode governar com autoridade, pois esta foi concedida pelo povo.
Jacques Bossuet(1627-1704)
Bossuet defendeu fortemente a teoria do direito divino dos reis. Cuidou da educação do filho do rei francês Luis XIV. Suas obras foram Memórias para educação do Delfim e Política.
Para Bossuet a autoridade real é sagrada. O rei age como ministro de Deus na terra, logo uma rebelião contra o rei seria o mesmo que rebelasse contra Deus.
Sua influência foi forte na dinastia francesa dos Bourbon.
Jean Bodin ( 1530- 1596)
Sua obra foi A República, este defendia a idéia da soberania não-partilhada, ou seja, o rei pode governar sem a interferência, ou restrição de alguém, pois ele teria o poder de legislar sem a permissão de outros.
Hugo Grotius(1530-1596)
Sua obra foi Do direito da paz e da Guerra. Embora comente sobre direito internacional, aparece com mesmas idéias dos outros teóricos: a defesa de um governo despótico, com poder ilimitado para assim não haver o caos político na sociedade.
Agora os resultados de tantas ideologias foram vistas em alguns países.
O ABSOLUTISMO NA FRANÇA
A centralização política da França vem desde a guerra dos Cem Anos ( 1337-1453). O absolutismo francês teve seu auge na dinastia dos Bourbons.
Durante o século XVI, ainda na dinastia Volois, havia conflitos internos, tanto políticos como religiosos. O conflito maior ficava a estrutura político-econômica do governo. Pois os burgueses, que eram a fonte do governo, adotaram o calvinismo como religião enquanto o estado tinha forte influência católica.
No governo de Carlos IX (1560-1574) a luta de católicos e Huguenotes ( calvinistas franceses) foi forte.
Os católicos tinham o apoio real. Os huguenotes sob o comando dos Bourbons colocaram em confronto a nobreza católica e os burgueses mercantilistas calvinistas. O auge dessa luta foi em 24 de agosto de 1572, A Noite de São Bartolomeu, onde houve o massacre de mais de 3 mil huguenotes, incluindo mulheres e crianças. Isto provocou instabilidade política e colocou o trono francês em risco. Por isso Henrique III, filho de Catarina de Médici, aliou-se a Henrique Bourbon, líder dos Huguenotes e o fez seu herdeiro político. Nesse tempo o católico Henrique Guise disputou a liderança com Henrique III, essas disputas ficaram conhecidas como a Guerra dos três Henriques. O final foi: Henrique de Guise morreu, Henrique Bourbon saiu vitorioso e tornou-se herdeiro de Henrique III.
DINASTIA BOURBON
Com a morte de Henrique III em 1589, Henrique Bourbon assumiu poder com o nome de Henrique IV. Mas este por ser protestante enfrentou forte oposição. Os conflitos armados foram tantos, que Henrique viu-se obrigado a fugir de Paris. Para poder ser de fato rei dos franceses, Henrique abandona o protestantismo e assim é coroado rei.
Este novo rei fortaleceu o absolutismo, por implantar uma política econômica mercantilista. Assinou em 1598 o Edito de Nantes, que concedia liberdade de religião aos protestantes. Com isso o rei refez a aliança com os burgueses.
O sucessor de Henrique IV foi Luis XIII (1610-1643). Em seu reinado destaca-se a figura de seu primeiro ministro o Cardeal Richelieu ( 1624- 1642), que ampliou os poderes absolutos do rei e lançou a França na disputa pelo comércio internacional e a posse de colônias. Também cassou os direitos dos que eram opositores do rei. Abriu caminho para os burgueses terem acesso a cargos na administração pública, mesmo sob a proteção de edito de nantes, ele perseguiu protestantes. Richelieu levou a França intervir na Guerra dos trinta anos. Pois neste conflito visava a disputa à hegemonia política européia.
O apogeu do absolutismo francês foi com o rei Luis XIV (1643-1715), chamado também de “Rei sol”,devido suas grandes realizações. Por ter assumido o trono ainda jovem, teve como ministro outro cardeal, Mazarino. Este aplicou uma política centralizadora, eliminou as frondas,ou seja, as associações de nobres e burgueses, que eram contra o absolutismo e os tributos impostos ao povos para repor os prejuízos aos cofres reais por causa do apoio à guerra dos trinta anos.
Após a morte do Cardeal, o ministério das finanças foi para Jean Baptiste Colbert, que fez a base para o mercantilismo francês. Este promoveu o desenvolvimento da manufatura, navegação e das conquistas territoriais na Ásia e América.
Na época de Luís XIV, foi um período de cultura na França e berço de pensadores e artistas. Infelizmente em 1685, Luis XIV reformulou sua política religiosa e revoga o Edito de Nantes.
Esta atitude fez com que muitos huguenotes, boa parte burgueses, fugissem da perseguição religiosa. Isto arruinou a economia mercantil e abriu caminho para as críticas ao regime absolutista.
O poder francês na Europa começou a cair nos reinados de Luis XV e Luis XVI. Porque a corte fazia gastos excessivos, os impostos eram muitos sobre os burgueses e a população além das derrotas militares.
A França entrou em duas guerras.
A primeira foi a Guerra dos Sete anos(1756-1763), onde a França enfrentou a Inglaterra disputando o mercado europeu e áreas para colônias. Mas perdeu dois territórios , o Canadá e a Índia.
A segunda foi a guerra de independência dos Estados Unidos (1776-1781), o apoio nesta guerra, causou dificuldades econômicas a França. Com todos esses fatores, foram surgindo motivos e condições para a Revolução Francesa de 1789 que daria fim ao Regime francês.
O ABSOLUTISMO NA INGLATERRA
O poder real na Inglaterra começou no século XVI, com a dinastia Tudor.
Henrique VIII ( 1509-1547), segundo rei da série, impôs-se sobre a nobreza enfraquecida, unificou o país e chocou-se com o Papado. Este choque parecia simples e fútil. Na verdade o rei queria separar-se de sua esposa , Catarina de Aragão, para casar-se com outra, Ana Bolena. Mas com a proibição do Papa, Henrique rompeu com a igreja e fundou a igreja anglicana. Esse conflito serviu como pretexto para que o rei confiscasse os bens da igreja, que foram redistribuídos ou vendidos para os nobres.
Por volta de 1570 a indústria de lã e a escavação das minas de carvão cresceram. O comércio internacional também aumentou e serviu de estímulo para a construção naval.
Com o avanço da pirataria legitimada pelo estado (os corsários), cada império colonial teve seus lucros.
Os mercadores aventureiros e a companhia inglesa das índias orientais, dinamizou a expansão comercial, principalmente de tráfico de pessoas para as colônias.
A burguesia mercantil das cidades portuárias, principalmente Londres, ganhou importância na câmara dos Comuns. Os trabalhadores conquistaram o estatuto dos artesões, de 1563, que regulamentava suas atividades e a Leis dos Pobres, que cobrava impostos obrigatório sobre as pessoas das comunidades para sustentar os necessitados.
ATIVIDADES
1) O que foi o absolutismo?
R: _____________________________________________________________
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2) Quais foram alguns dos teóricos do absolutismo?
R: _____________________________________________________________
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3) Na França , como Henrique III fortaleceu o absolutismo?
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GABARITO
1) Foi uma forma de governo autoritário em que concentrava o poder absoluto do estado no comando de apenas uma pessoa ou um grupo social. Foi a expressão política do mercantilismo.
2) Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, Jacques Bossuet e Hugo Grotius.
3) Implantou uma política econômica mercantilista. Assinou o Edito de nantes, que dava liberdade de culto aos protestantes, visto que muitos burgueses antes eram protestantes. E a classe burguesa dava forte apoio ao governo.
O ESTADO ABSOLUTISTA
O QUE FOI O ESTADO ABSOLUTISTA?
No continente europeu surgiu a partir do século XI, no período da Baixa Idade Média, pela aliança entre reis e burgueses e a necessidade socioeconômico e política da época. Uma espécie de centralização do poder. Começou na idade média e tomou forma na idade moderna.
Para uma definição mais exata pode-se classificar o absolutismo como uma forma de governo autoritário, que está nas mãos de uma pessoa ou um grupo social. Estes tem o poder absoluto sobre o estado. Com essa idéia em mente não é de admirar os abusos que foram cometidos pelos governantes.
O absolutismo seria a expressão política do mercantilismo.
Para tudo isso acontecer, foi necessário a ajuda dos pensadores dos que idealizaram essa forma de governo.
TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO
As mudanças culturais através do Renascimento, na sociedade, ajudaram a reestruturar a visão política da Europa. Sem a interferência da igreja, muitas teorias surgiram para justificar o estado absolutista.
A idade moderna rompeu com muitas idéias medievais. Veja agora alguns teóricos de destaque:
Nicolau Maquiavel (1469-1527)
Foi membro do governo dos Médices, de Florença. Em suas obras ele expressa sua indignação por ver a Itália devastada pela divisão em repúblicas rivais. A solução seria a união nacional por um interesse comum.
No século XVI, publicou o texto O Príncipe, dedicado ao príncipe Lourenço de Médicis. Nesta obra ele comenta sobre as artes de conquistar e manter o poder. Foi publicado em 1513. algumas de suas recomendações eram que para governar é preciso a astúcia, sutileza e um bom exército. Por citar Moisés , um personagem bíblico, ele insinuou a ligação de Deus com a posição dos reis. Com se os reis fossem representantes de Deus aqui na terra.
Para Maquiavel, a necessidade de ter um estado forte justifica qualquer atitude.
Thomas Hobbes(1588-1619)
Este foi o teórico que melhor definiu a ideologia absolutista. Sua obra foi o livro Leviatã, onde mostra sua idéia de um estado poderoso e dominante. Este é necessário para manter a ordem do governo, sem ela os homens viveriam em constantes guerras. Como se o monarca fosse o protetor da lei e da ordem.
Para Hobbes, o estado absoluto surgiu em função do avanço da sociedade. Que antes era primitiva, sem leis, cada um por si. Mas depois que a razão e a autoconservação entram na sociedade,surgiu a necessidade da união para a criação de um estado forte. Neste estado há uma espécie de contrato ou acordo, onde cada cidadão concederia seus direitos à um soberano.
Para Hobbes, a autoridade do estado tem de ser absoluta para proteger os cidadãos da violência e do caos. O soberano pode governar com autoridade, pois esta foi concedida pelo povo.
Jacques Bossuet(1627-1704)
Bossuet defendeu fortemente a teoria do direito divino dos reis. Cuidou da educação do filho do rei francês Luis XIV. Suas obras foram Memórias para educação do Delfim e Política.
Para Bossuet a autoridade real é sagrada. O rei age como ministro de Deus na terra, logo uma rebelião contra o rei seria o mesmo que rebelasse contra Deus.
Sua influência foi forte na dinastia francesa dos Bourbon.
Jean Bodin ( 1530- 1596)
Sua obra foi A República, este defendia a idéia da soberania não-partilhada, ou seja, o rei pode governar sem a interferência, ou restrição de alguém, pois ele teria o poder de legislar sem a permissão de outros.
Hugo Grotius(1530-1596)
Sua obra foi Do direito da paz e da Guerra. Embora comente sobre direito internacional, aparece com mesmas idéias dos outros teóricos: a defesa de um governo despótico, com poder ilimitado para assim não haver o caos político na sociedade.
Agora os resultados de tantas ideologias foram vistas em alguns países.
O ABSOLUTISMO NA FRANÇA
A centralização política da França vem desde a guerra dos Cem Anos ( 1337-1453). O absolutismo francês teve seu auge na dinastia dos Bourbons.
Durante o século XVI, ainda na dinastia Volois, havia conflitos internos, tanto políticos como religiosos. O conflito maior ficava a estrutura político-econômica do governo. Pois os burgueses, que eram a fonte do governo, adotaram o calvinismo como religião enquanto o estado tinha forte influência católica.
No governo de Carlos IX (1560-1574) a luta de católicos e Huguenotes ( calvinistas franceses) foi forte.
Os católicos tinham o apoio real. Os huguenotes sob o comando dos Bourbons colocaram em confronto a nobreza católica e os burgueses mercantilistas calvinistas. O auge dessa luta foi em 24 de agosto de 1572, A Noite de São Bartolomeu, onde houve o massacre de mais de 3 mil huguenotes, incluindo mulheres e crianças. Isto provocou instabilidade política e colocou o trono francês em risco. Por isso Henrique III, filho de Catarina de Médici, aliou-se a Henrique Bourbon, líder dos Huguenotes e o fez seu herdeiro político. Nesse tempo o católico Henrique Guise disputou a liderança com Henrique III, essas disputas ficaram conhecidas como a Guerra dos três Henriques. O final foi: Henrique de Guise morreu, Henrique Bourbon saiu vitorioso e tornou-se herdeiro de Henrique III.
DINASTIA BOURBON
Com a morte de Henrique III em 1589, Henrique Bourbon assumiu poder com o nome de Henrique IV. Mas este por ser protestante enfrentou forte oposição. Os conflitos armados foram tantos, que Henrique viu-se obrigado a fugir de Paris. Para poder ser de fato rei dos franceses, Henrique abandona o protestantismo e assim é coroado rei.
Este novo rei fortaleceu o absolutismo, por implantar uma política econômica mercantilista. Assinou em 1598 o Edito de Nantes, que concedia liberdade de religião aos protestantes. Com isso o rei refez a aliança com os burgueses.
O sucessor de Henrique IV foi Luis XIII (1610-1643). Em seu reinado destaca-se a figura de seu primeiro ministro o Cardeal Richelieu ( 1624- 1642), que ampliou os poderes absolutos do rei e lançou a França na disputa pelo comércio internacional e a posse de colônias. Também cassou os direitos dos que eram opositores do rei. Abriu caminho para os burgueses terem acesso a cargos na administração pública, mesmo sob a proteção de edito de nantes, ele perseguiu protestantes. Richelieu levou a França intervir na Guerra dos trinta anos. Pois neste conflito visava a disputa à hegemonia política européia.
O apogeu do absolutismo francês foi com o rei Luis XIV (1643-1715), chamado também de “Rei sol”,devido suas grandes realizações. Por ter assumido o trono ainda jovem, teve como ministro outro cardeal, Mazarino. Este aplicou uma política centralizadora, eliminou as frondas,ou seja, as associações de nobres e burgueses, que eram contra o absolutismo e os tributos impostos ao povos para repor os prejuízos aos cofres reais por causa do apoio à guerra dos trinta anos.
Após a morte do Cardeal, o ministério das finanças foi para Jean Baptiste Colbert, que fez a base para o mercantilismo francês. Este promoveu o desenvolvimento da manufatura, navegação e das conquistas territoriais na Ásia e América.
Na época de Luís XIV, foi um período de cultura na França e berço de pensadores e artistas. Infelizmente em 1685, Luis XIV reformulou sua política religiosa e revoga o Edito de Nantes.
Esta atitude fez com que muitos huguenotes, boa parte burgueses, fugissem da perseguição religiosa. Isto arruinou a economia mercantil e abriu caminho para as críticas ao regime absolutista.
O poder francês na Europa começou a cair nos reinados de Luis XV e Luis XVI. Porque a corte fazia gastos excessivos, os impostos eram muitos sobre os burgueses e a população além das derrotas militares.
A França entrou em duas guerras.
A primeira foi a Guerra dos Sete anos(1756-1763), onde a França enfrentou a Inglaterra disputando o mercado europeu e áreas para colônias. Mas perdeu dois territórios , o Canadá e a Índia.
A segunda foi a guerra de independência dos Estados Unidos (1776-1781), o apoio nesta guerra, causou dificuldades econômicas a França. Com todos esses fatores, foram surgindo motivos e condições para a Revolução Francesa de 1789 que daria fim ao Regime francês.
O ABSOLUTISMO NA INGLATERRA
O poder real na Inglaterra começou no século XVI, com a dinastia Tudor.
Henrique VIII ( 1509-1547), segundo rei da série, impôs-se sobre a nobreza enfraquecida, unificou o país e chocou-se com o Papado. Este choque parecia simples e fútil. Na verdade o rei queria separar-se de sua esposa , Catarina de Aragão, para casar-se com outra, Ana Bolena. Mas com a proibição do Papa, Henrique rompeu com a igreja e fundou a igreja anglicana. Esse conflito serviu como pretexto para que o rei confiscasse os bens da igreja, que foram redistribuídos ou vendidos para os nobres.
Por volta de 1570 a indústria de lã e a escavação das minas de carvão cresceram. O comércio internacional também aumentou e serviu de estímulo para a construção naval.
Com o avanço da pirataria legitimada pelo estado (os corsários), cada império colonial teve seus lucros.
Os mercadores aventureiros e a companhia inglesa das índias orientais, dinamizou a expansão comercial, principalmente de tráfico de pessoas para as colônias.
A burguesia mercantil das cidades portuárias, principalmente Londres, ganhou importância na câmara dos Comuns. Os trabalhadores conquistaram o estatuto dos artesões, de 1563, que regulamentava suas atividades e a Leis dos Pobres, que cobrava impostos obrigatório sobre as pessoas das comunidades para sustentar os necessitados.
ATIVIDADES
1) O que foi o absolutismo?
R: _____________________________________________________________
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2) Quais foram alguns dos teóricos do absolutismo?
R: _____________________________________________________________
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3) Na França , como Henrique III fortaleceu o absolutismo?
R: _____________________________________________________________
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GABARITO
1) Foi uma forma de governo autoritário em que concentrava o poder absoluto do estado no comando de apenas uma pessoa ou um grupo social. Foi a expressão política do mercantilismo.
2) Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, Jacques Bossuet e Hugo Grotius.
3) Implantou uma política econômica mercantilista. Assinou o Edito de nantes, que dava liberdade de culto aos protestantes, visto que muitos burgueses antes eram protestantes. E a classe burguesa dava forte apoio ao governo.
caravelas
Ao longo do século XIV, toda a Europa atravessava uma grave crise económica. Portugal não era excepção. Todos os grupos sociais procuravam expandir-se em busca de uma nova vida, mas a paz com Castela cedo definiu as fronteiras portuguesas. No entanto, o contacto com o mar fez-nos um povo de marinheiros e pescadores, atraídos pelo desconhecido. A situação geográfica de Portugal, a sudoeste da Europa, com a sua faixa litoral voltada para o Atlântico e com uma costa recortada com bons portos, era propícia à navegação. O país voltou-se para o mar, Portugal lançou-se na Expansão Marítima.
Na época, já se faziam viagens pelos portos de Inglaterra, França, Flandres, Norte de África (Navegação de Cabotagem) e desde tempos muito antigos que se navegava no Mediterrâneo. Verificavam-se, ainda, grandes progressos na construção naval e na ciência náutica, graças à presença, entre nós, de marinheiros genoveses e catalães Nas primeiras viagens, realizadas com barcas, navegava-se junto à costa e os marinheiros não tinham grande dificuldade de orientação. Utilizavam-se as cartas náuticas, onde se escolhia o destino, seguia-se o roteio da viagem e mantinha-se o rumo com a agulha de marear (bússola). A arte de navegar não era muito diferente da utilizada pelos marinheiros do Mediterrâneo. No entanto, o espírito aventureiro, corajoso e destemido do povo português fez com que as viagens fossem cada vez mais longe, avançando em mares ignorados. Como cantou Camões: “As armas e os barões assinalados, Sem cartas nem roteios que orientassem os pilotos, era necessário contornar com cuidado os promontórios, observar os ventos, os abrigos e prestar atenção ao quebrar das ondas, para se evitarem os baixios. Nas viagens de exploração a tarefa essencial que competia aos marinheiros era a de colherem todas as informações sobre o oceano navegado e os lugares que visitavam. Assim se actualizavam os roteios e se passavam as informações aos cartógrafos, que melhoravam o rigor das cartas. Destasnovas se aproveitavam aqueles que repetissem as mesmas navegações. Até ao final da Idade Média os conhecimentos geográficos eram poucos e estavam envolvidos em imensas lendas. Acreditava-se que a Terra era um disco plano que pairava no espaço, circulando à sua volta os outros corpos celestes, como a Lua, o Sol e as estrelas visíveis no céu (Teoria Geocêntrica). O Cabo Bojador tinha fama de horrores. Ficava a caminho da região equatorial, junto a um imenso deserto. Não se sabia se o mundo acabaria ali. As navegações colocaram os marinheiros em presença de fenómenos e de realidades que eram erradamente referidos nos livros clássicos, ou nem sequer o eram, por puro desconhecimento. Vários foram os fenómenos naturais, até então desconhecidos, presenciados pelos navegadores: o Fogo de Santelmo e aTromba de Água, como podemos ouvir, a Vasco da Gama, em Os Lusíadas: “Vi, claramente visto, o lume vivo Construía-se, assim, a mentalidade crítica do Renascimento. A razão e o método experimental evidenciavam a sua superioridade sobre a tradição. Era o início do Experimentalismo que veio a dar alguns frutos na ciência do século XVII. |